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Cap. 78

Ilustração com um fundo vermelho ao centro, mesclando-se até ficar preto nas bordas. No centro, está a silhueta do corpo de uma mulher, de cabelos longos, caminhando e segurando um revólver em cada mão.

A ponta do osso começa a cortar o pescoço de Westwood quando o som de um tiro de rifle ecoa.

Seth se detém por um momento, o qual o padre aproveita para empurrar aquele urso vermelho com o que resta de suas forças.

— Ouviu isso? - pergunta o ofegante padre para Seth – Sabe seus problemas com a família?

Os olhos de Seth se expandem em descontrole, mas, novamente, ele se paralisa com o som de mais um disparo.

— Então, - aproveita-se Westwood para tentar desestabilizar mais um pouco o ruivo e ver se ele cai morto – eles acabam de terminar.

Seth solta um grunhido animalesco virando a mesa sobre o padre. Quando Westwood consegue se levantar, o ruivo já está com seu rifle engatilhado e apontado para ele.

Ele escuta três disparos, e espera o impacto das balas. Mas aquele rifle só dá dois tiros.

— Nem para matar um homem você serve mais. – debocha uma despida Lucretia com o Colt 45 ainda apontado para frente.

— Tudo bem! – entrega-se Westwood. — Você me salvou. Pode baixar essa pistola agora.

Lucretia, fazendo cara de espanto: — Oh! Me desculpe. Deve ter sido a excitação com todo esse agito.

O padre demora um pouco a entender a provocação e, quando finalmente consegue, já é tarde demais para qualquer resposta. Lucretia já está na porta da cabana.

Lucretia: — Vou pegar minhas roupas, armas e tomar um banho. Não me leve a mal, querido, mas você deveria tomar um também. Nem precisa ser junto comigo.

Ela pisca e o padre passa por ela carregando o rifle de Seth.

— Aonde você vai? – pergunta ela.

Westwood responde: — Pegar minha bota e uma oferenda de paz para os índios.

Lucretia: — Fico feliz em ver que você presta atenção ao que eu digo, querido. Não seja cruel com o animal!

Padre, já no meio do caminho: — Só um pouco. Tudo bem aquela coisa ter me mordido, mas ela também mijou em mim.

“Tolinho”, pensa Lucretia tentando conter pequenos sorrisos. “Quem disse que foi a porca?”

— Te espero no banho! – provoca ela uma última vez, antes de seguir para o casebre com o barril enquanto o padre caminha proferindo xingamentos.

Azar da Lucy.
 

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